Uma equipe de cientistas organizada pelo International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics (ISAPP) criou a primeira definição de consenso internacional para alimentos fermentados.
A equipe de cientistas define alimentos fermentados como "alimentos feitos através do crescimento microbiano desejado e conversões enzimáticas de componentes dos alimentos". Os 13 autores de um artigo publicado na Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, com experiência em medicina familiar, microbiologia, ciência e tecnologia de alimentos, ecologia, imunologia e genética microbiana, tomam o cuidado de observar a diferença entre os probióticos e os micróbios vivos associados aos alimentos fermentados. Segundo os autores do artigo, a palavra 'probiótico' só se aplica em casos especiais em que o alimento fermentado retém microrganismos vivos no momento do consumo e apenas quando os microrganismos são definidos e comprovadamente benéficos à saúde, conforme demonstrado em estudo científico.
O painel de discussão de consenso foi organizado pelo International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics (ISAPP), uma organização sem fins lucrativos responsável pelas definições de consenso científico publicadas de probióticos, prebióticos e simbióticos.
“Até o momento, diferentes pessoas tiveram ideias diferentes sobre o que constitui um alimento fermentado. A nova definição fornece um conceito claro que pode ser entendido pelo público em geral, membros da indústria e reguladores", diz Mary Ellen Sanders, diretora científica executiva do ISAPP.
Atualmente, as evidências dos efeitos positivos dos alimentos fermentados na saúde se baseiam mais em estudos epidemiológicos e populacionais e menos em ensaios clínicos randomizados. Os autores esperam que, nos próximos anos, os cientistas empreendam mais pesquisas baseadas em hipóteses sobre como diferentes alimentos fermentados de todo o mundo - derivados de laticínios, frutas, vegetais, grãos e até mesmo carnes - afetam a fisiologia humana e melhoram saúde humana.