Muitas pessoas não consideram o amendoim um alimento saudável... mas estão enganadas. Esta semente oleaginosa possui nutrientes e vitaminas importantes para o equilíbrio do organismo e manutenção da saúde, auxiliando no tratamento de algumas doenças. Aproximadamente 25% da composição do amendoim é de proteínas, o que o coloca como uma excelente estratégia de composição proteica na alimentação de adultos e crianças.

Nutrição, prevenção de doenças cardiovasculares, diminuição de colesterol e triglicérides, equilíbrio do metabolismo, suprimento de vitamina E e fator de inibição de apetite são algumas das características apontadas em estudos que colocam o amendoim na categoria dos alimentos funcionais, desde que consumido em porções adequadas.

A gordura presente no amendoim é originária principalmente de ácidos graxos poliinsaturados, que são benéficos para a saúde. Essas gorduras poliinsaturadas são responsáveis pela prevenção de doenças cardiovasculares, pois se unem a outros nutrientes, como o resveratrol, uma substância natural presente no amendoim em alta concentração, idêntica à encontrada no vinho e na uva.

Conhecidos como gorduras do bem, os ácidos graxos monoinsaturados contribuem para diminuir a oxidação, aumentar a captação do colesterol LDL pelo fígado e elevar as taxas do colesterol HDL. O LDL, em excesso no sangue, provoca aumento na deposição de placas de gordura nas artérias, o que impede o fluxo de sangue; já o HDL tem a função de transportar o colesterol dos tecidos para o fígado. Esse processo é fundamental para evitar o aparecimento de doenças cardiovasculares, como a aterosclerose (entupimento das artérias).

A gordura é importante ao corpo por ser fonte concentrada de energia, servir de transporte e absorção das vitaminas lipossolúveis (insolúveis em água), além de ser precursora de diversos hormônios e proteger as membranas celulares.

O ômega 3 reduz, moderadamente, os níveis de triglicérides no sangue e a pressão arterial. Junto ao ômega 6 previne o envelhecimento, por funcionarem como renovadores celulares.

O magnésio é importante para a circulação, fortalecimento dos músculos, e para cicatrizações, além de essencial para o sistema nervoso e para afastar o estresse.

O cálcio fortalece a estrutura óssea e previne osteoporose, devendo ser sempre consumido em conjunto com o magnésio.

A vitamina E é um importante nutriente pela sua ação de antioxidante, ou seja, de combate ao excesso de radicais livres e prevenção de tumores. E, ainda, é responsável por aumentar a resistência dos músculos ao reduzir dores e preservar o sistema imunológico.

As vitaminas do complexo B são essenciais ao sistema nervoso e auxiliares na digestão, além de afastarem o mau humor por ajudarem na formação de neurotransmissores, como a serotonina, que é sinônimo de bem-estar.

O ômega 6 é renovador celular, prevenindo o envelhecimento precoce. Já o selênio é eficaz na redução do estresse celular, físico e emocional.

O ferro é importante na dieta de gestantes, pois ajuda na formação do sistema nervoso do bebê, bem como no crescimento do feto, além de reduzir infecções comuns na gravidez. Também é extremamente importante ao longo, pois é parte das células vermelhas e sua carência é diagnosticada como anemia.

O ácido fólico ou folato é essencial para a formação correta do sistema nervoso do feto. O fósforo e potássio ajudam a afastar a fadiga e dão pique total para quem pratica atividades físicas. O fósforo ajuda na formação dos ossos e é fundamental na constituição do rim. Já o potássio, melhora a contração muscular e é um aliado para quem pratica exercícios físicos.

Entre os nutrientes que compõem o amendoim também está o sitosterol, que tem papel já testado e aprovado pela comunidade científica europeia e norte-americana de prevenir o desenvolvimento de câncer, além de diminuir tumores já existentes.

O consumo frequente de amendoim também diminui as taxas sanguíneas de colesterol e triglicérides entre 11% e 14%, ao mesmo tempo em que aumenta os níveis de magnésio, um mineral muito importante para o equilíbrio metabólico, mesmo de pessoas em que a doença é determinada por falha genética. Esse tipo de pacientes normalmente é privado de diversos alimentos, o que provoca deficiências de vitamina E, cuja falta está sendo relacionada a doenças neuro vegetativas.

Uma porção de 30g de amendoim fornece 25% da recomendação diária do consumo de vitamina E e alto teor de zinco, mineral vital para a formação e liberação de hormônios. Já existem, inclusive, estudos que comprovam que o consumo de amendoim pode retardar ou diminuir a incidência do Mal de Alzheimer.

Produtos derivados

O amendoim é uma das mais importantes culturas mundiais produtoras de óleo e proteína. Devido ao seu sabor e aplicações na indústria alimentícia, o amendoim pode ser processado para consumo de diferentes maneiras. As vagens processadas produzem diversos formatos de amendoim: naturais, torrados, torrados ou fritos, sem casca (mas com casca), branqueados (sem casca) ou em metades (raspas). Também podem ser granulados, picados, transformados em farinha ou comercializados como manteiga de amendoim, pasta, óleo ou extrato.

A manteiga de amendoim é uma pasta feita com amendoim torrado seco. Pode ter até 100% de teor de amendoim, de acordo com a necessidade ou fabricante. Não contêm adoçantes, corantes ou conservantes artificiais, embora alguns fabricantes possam adicionar sal, açúcar ou óleo para estabilizar a mistura.

A farinha de amendoim é feita com amendoim torrado, triturado e desengordurado. É amplamente utilizada na indústria alimentícia por seu sabor e aroma agradáveis, no preparo de salgadinhos, que são assados como batatas fritas, e também para enriquecer smoothies e molhos espessos. É também uma boa alternativa para pessoas com doença celíaca (alergia ao glúten) e veganos.

O óleo de amendoim é usado para fritar, refogar ou adicionar sabor. Pode ser usado em altas temperaturas e possui alto ponto de fumaça. Além disso, os alimentos cozidos nele não absorvem o seu sabor. De cor amarelo pálido e sabor suave característico, apresenta alta qualidade nutricional e é de fácil digestão, sendo recomendado às pessoas portadoras de moléstias do aparelho digestivo, além de ser rico em vitamina E, responsável pelo fortalecimento dos músculos e prevenção de tumores.

Diferente de outros, o uso do óleo de amendoim não interfere no sabor dos alimentos. O preparo das refeições pode ser feito sem que o óleo absorva o sabor da comida e o transfira para outros alimentos, mantendo, desta forma, o sabor natural dos ingredientes. Outro fator interessante é que o óleo possui um alto ponto de fumaça, ou smoke point, o que significa que a sua temperatura se mantém alta por mais tempo. O uso desse composto é ideal para cozinhar, fritar, temperar saladas e também como margarina.

Consumir óleo de amendoim pode ser uma opção mais saudável, durável e econômica comparada aos outros tipos. Mas os especialistas alertam que o produto não pode ser hidrogenado, pois perde as suas propriedades.

A maioria dos amendoins cultivados no mundo é usada para produção de óleo, manteiga de amendoim, confeitos, amendoins torrados e salgadinhos, extensores em formulações de produtos de carne, sopas e sobremesas.

O amendoim também serve como base para a produção de vários produtos alimentícios, como paçoca de amendoim, pé-de-moleque, doce de amendoim, bolos, sorvete e sucos, doces e produtos de panificação, bem como recheio ou componente de chocolates e bombons.

Mais recentemente, o amendoim tem servido como base para a formulação de leites vegetais. É considerado saudável, devido aos seus vários componentes bioativos, conhecidos por suas propriedades preventivas. É uma boa fonte de proteínas, gorduras, fibras, vitaminas, minerais, antioxidantes, fitoesteróis etc. e tem potencial para melhorar o nível de lipídios no sangue, o nível de açúcar no sangue e a longevidade.

As suas propriedades funcionais estão principalmente associadas à presença de compostos fenólicos, conhecidos por sua função antioxidante e pelo papel protetor contra doenças de dano oxidativo, como doenças cardíacas, derrame e vários tipos de câncer.

Márcia Fani

Editora